O grande problema das fake news (sempre elas) para os pacientes de câncer

CasaNotícias

O grande problema das fake news (sempre elas) para os pacientes de câncer

Na semana em que se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer, é muito importante que as entidades de apoio aos pacientes, as

A inflação baixou. E os juros?
Análise: O que irá acontecer no conflito depende de Israel ouvir os EUA
Conselho da Petrobras propõe pagamento de 50% de dividendos; tema será votado em assembleia

Na semana em que se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer, é muito importante que as entidades de apoio aos pacientes, as associações de especialidades médicas, as instituições de saúde públicas e privadas, os poderes legislativo, executivo e judiciário e a sociedade em geral debata sobre dois assuntos importantes para o combate à doença: a relevância do diagnóstico precoce, para o acesso a tratamentos adequados; e as informações confiáveis e comprovadas sobre a eficácia desses procedimentos, especialmente em tempos marcados pela crescente desinformação e divulgação de notícias falsas em todos os âmbitos, mas que na saúde, ganham proporções gigantescas e, obviamente, perigosas.

No caso do câncer, doença que assusta e ainda é vista por muita gente como uma sentença de morte, a informação torna-se ainda mais relevante, não só chamando a atenção para os fatores de risco, medidas preventivas, métodos de diagnóstico e terapias eficazes contra a doença, mas também como uma forma de auxiliar as pessoas, pacientes e familiares, para lidar com a questão, minimizando os impactos físicos e mentais.

Provavelmennte por conta disso, para não dar vazão às fake news, um caso recente, da princesa de Gales, Kate Middleton, por exemplo, chamou tanta a atenção. Além da óbvia grandeza da figura real, ela mesma resolveu gravar um vídeo e dizer ao mundo com palavras próprias que tinha câncer e como estava lidando com ele, iniciativa elogiada pelo marido, o Príncipe William.

Contra a desinformação

Uma das boas iniciativas que alertam sobre o perigo das fake news em torno do câncer é a campanha “#CÂNCERTRUENEWS – Contra o câncer, não dê espaço para a desinformação”, lançada pelo Instituto Vencer o Câncer, propositalmente no dia 1 de abril, chamado Dia da Mentira, para confrontar a intensa e irresponsável propagação de informações e notícias falsas, que circulam incessantemente nas redes sociais – principal meio de fake news e muito disseminadas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro – uma ameaça aos pacientes.

Segundo um estudo recente do Journal of the National Cancer Institute, 89% dos pacientes diagnosticados, ou que acham que têm câncer, acessam a internet para procurar mais informações sobre sua doença. A pesquisa mostrou, ainda, que 1/3 das postagens mais populares sobre tratamento de câncer nas redes sociais apresentam dados incorretos. Informações erradas e até falsas podem prejudicar o tratamento, a qualidade de vida e as chances de sobrevivência dos pacientes.

“Precisamos evidenciar a importância do embasamento científico nas estratégias contra o câncer. As informações falsas podem prejudicar o sucesso dos tratamentos”, afirma o oncologista Antonio Buzaid, cofundador do Instituto Vencer o Câncer.

Continua após a publicidade

Com mensagens como “Nem todo story vai te ajudar a prevenir o câncer”; “Uma live não é suficiente para cuidar da sua saúde”; “Uma receita não pode substituir seu tratamento”, a campanha enfatiza essa busca pelo conteúdo de qualidade, absolutamente essencial para a Saúde.

“Do mesmo jeito que a informação certa ajuda, a informação inadequada ou mentirosa pode eventualmente prejudicar vidas”, ressalta o oncologista Fernando Maluf, também fundador do Instituto. “E esse é um trabalho muito importante que o Instituto Vencer o Câncer vem fazendo, para que a gente espalhe boas informações, corretas, transparentes, fáceis de serem absorvidas e úteis para a sociedade.”

A saber, é importante que a população compreenda que não existem fórmulas mágicas ou soluções miraculosas diante do câncer como são apresentadas nas redes. “Com esta iniciativa, reforçamos a importância da qualidade da informação na jornada de qualquer paciente. Nosso DNA é comunicação com rigor médico acessível para todos. A campanha reitera o que fazemos há 10 anos e continuaremos incansavelmente a praticar”, conclui Ana Maria Drummond, diretora institucional do Instituto Vencer o Câncer.

Informação para Diagnóstico Precoce

A informação correta e o conteúdo de qualidade ajudam não só a entender o câncer, como a buscar os melhores meios de tratá-lo com eficácia. E uma das principais formas da possibilidade de alcançar a remissão é o diagnóstico precoce, algo também batido incansavelmente pelas instituições que promovem o conteúdo de qualidade e a informação.

É o que faz também a Oncoclínicas, por meio de constantes campanhas de prevenção e do esclarecimento de mitos e verdades para que dados precisos e validados pela ciência não só sejam ressaltados, mas cheguem a um número maior de pessoas.

“Informação de qualidade, partindo de fontes confiáveis, é essencial e ajuda a salvar vidas. Informar corretamente também é cuidar. Nossa resposta às notícias falsas deve ser sempre o trabalho de garantir informação fidedigna e de valorizar a ciência”, diz Bruno Ferrari, oncologista clínico, fundador e CEO da Oncoclínicas & CO.

Uma dessas iniciativas é a iluminação de verde de alguns monumentos em São Paulo – do Viaduto do Chá a Ponte Estaiada, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, em Brasília e em Manaus, além de todas as unidades pelo Brasil, com o intuito de alertar para a importância dos exames preventivos.

“Acabamos de lançar a nossa campanha de prevenção, que chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce. Até 2045, os casos de câncer podem aumentar em até 70% no Brasil. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura do câncer, como o de mama, podem chegar a até 95%. Manter consultas preventivas em dia é se cuidar”, ressalta Ferrari, acrescentando que o combate à desinformação é uma grande parte da questão.

“As ondas de fake news são males que afetam toda a sociedade e a saúde sofre grande impacto. Não têm nacionalidade nem classe social. É um problema mundial. Como médicos, gestores e profissionais de saúde, devemos agir juntos por uma resposta contundente em um enorme esforço para transmitir informação confiável aos pacientes.”

Monumento iluminado de verde: alerta para diagnóstico precoce e informação correta (Oncoclínicas/Divulgação)

Fonte: Externa